Após
a bem sucedida acostagem do vaivém Endeavour à estação espacial ISS no
dia 18 de Maio, procedeu-se à instalação do detector AMS. Eram
7h30 da manhã de Portugal (1H30 em Houston) quando os
astronautas Drew Feustel e Roberto Vittori iniciaram as operações
de manipulação do braço articulado do Endeavour (Canadarm 2) de
forma a colocarem AMS fora do porão do Endeavour. De seguida, o
braço articulado da estação espacial manipulado por dois outros
astronautas (Greg Chamitoff and Greg Johnson), colocou AMS na estrutura
da estação espacial. Esta operação durou cerca de três horas e é algo
complicada por natureza. Assim para a história ficará que às 10H46 PT do dia 19 de Maio de 2011
ocorreu a instalação de AMS na ISS.
O detector AMS foi ligado de seguida e foram executadas operações de
monitorização no detector de Cerenkov RICH de forma a garantir que não
havia entradas de luz externas. Este é um detector que funciona a
partir da detecção de quantidades ínfimas de luz emitidas pelas
partículas que o atravessam. Isso só é possível se o detector não
permitir a entrada de luz externa. Estes testes obrigam a um aumento
gradual da voltagem e à presença de luz do Sol no horizonte, o que
ocorre em cerca de metade da órbita. Depois destes testes, que duraram
um par de horas, o detector foi finalmente activado tendo-se começado a
registar os primeiros acontecimentos.
O detector instalado na ISS, orbita em torno da Terra em 90 minutos e
recolhe acontecimentos (partículas) a uma frequência média
de cerca de 700 por segundo. Algumas órbitas passam na chamada anomalia
do Atlântico Sul (SAA) onde as taxas de acontecimentos são muito
elevadas. A eficiência média de colecta de dados é de cerca de
60%. Como cada acontecimento recolhido no detector produz cerca
de 3 KBytes de informação, o volume de dados a transferir diariamente é
de cerca de 100 GBytes, correspondendo a cerca de 40 milhões de
acontecimentos diários registados em disco. Os dados são transferidos
através de dois satélites geoestacionários para Terra, onde são
recolhidos por uma grande antena e enviados para o centro espacial
Marshall, em Huntsville, Alabama. O débito de envio dos dados é da
ordem de 10 Mbits/segundo,
podendo ir até 40 Mbits/sec.
O detector é operado em permanência a partir da sala de controlo (POCC, Payload Operation Control Center) instalada no centro espacial Johnson em Houston, Texas.
Esta sala fica situada no edifício do Mission Control Center (MCC), nas
imediações da grande sala de controlo onde é realizada a monitorização
das missões espaciais. No POCC, são monitorizados os diferentes
sub-detectores bem como as temperaturas e as transferências de dados.
Os acontecimentos recolhidos pelo detector AMS são enviados para o CERN
onde são processados e armazenados. Uma parte destes acontecimentos são
processados localmente e podem ser visualisados em linha na sala
de controlo da experiência em Houston, projectados num grande
ecrã.
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