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O Manifesto na Feira do Livro

LIP-ECO | 30 Maio, 2023

"No domingo, na feira do livro de Lisboa, contaram-se histórias de alguns dos mais famosos erros e falhanços da história da Ciência. A propósito do Manifesto para a Ciência em Portugal, falou-se da importância do espaço para arriscar e falhar para fazer Ciência com ambição."


Numa sessão promovida pela editora Gradiva e pelo LIP a propósito da recente reedição do Manifesto para a Ciência em Portugal, de José Mariano Gago, estiveram à conversa sobre o tema a cientista Joana Gonçalves de Sá (investigadora do LIP), a comunicadora de ciência Joana Lobo Antunes (responsável pela comunicação do Técnico) e o escritor de ciência Thiago Carvalho (que foi também, entre muitas outras coisas, um dos curadores da exposição Darwin da Fundação Calouste Gulbenkian).

Michelson e Morley, Fleming, Edison ou Darwin — todos andaram à deriva, falharam, cometeram erros, gastaram tempo e dinheiro para obter resultados negativos, deixaram coisas por explicar… e só isso tornou possível o seu enorme contributo para a ciência e para a humanidade. Acontece que estas histórias são muitas vezes transformadas em narrativas de sucesso, em que desaparecem as dificuldades, os erros, a falta de reconhecimento. Desaparecem também os inúmeros e indispensáveis contributos, anteriores ou contemporâneos. Fica apenas o cientista brilhante, que fez tudo sozinho.

Por entre histórias fascinantes e divertidas, tornou-se claro que sem espaço para falhar não se faz ciência a sério. E partilhou-se um método (quase) infalível para distinguir ciência e pseudo-ciência: a pseudo-ciência nunca se retracta, nunca admite um falhanço, nunca corrige um erro. Por isso mesmo, nunca melhora, não progride — sem isso, não há ciência!

Reflectiu-se também sobre os entraves da realidade que é hoje a da ciência: será que esse espaço para arriscar existe num sistema movido a contratos e projectos de investigação de poucos anos, em que o mérito é avaliado por indicadores de produtividade - número de artigos, número de citações, etc. E sobre como as coisas não se excluem mutualmente: são indispensáveis quer a ciência fundamental quer o desenvolvimento tecnológico e a inovação —  são é coisas diferentes, importantíssimas e complementares, e com tempos, metodologias e formas de organização diferentes.

Falou-se da importância de recuperar uma certa tranquilidade para pensar — as instituições de topo na ciência, os lugares com maior capacidade de  atracção são precisamente aqueles em que ainda há espaço para a ciência ambiciosa e arriscada. Que, nunca é demais lembrar, é o motor da inovação — ainda que a curto prazo para seja muitas vezes impossível perceber como! Falou-se de muito mais, e muito ainda ficou por dizer — à espera da continuação do debate numa próxima ocasião!

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