Experiência GLOSS do LIP lançada para a Estação Espacial Internacional
"Lançamento da experiência GLOSS, liderada pelo LIP e pela Universidade de Coimbra, para estudar sensores espaciais na Estação Espacial Internacional. "
Na madrugada do dia 5 de novembro, às 02:29, a experiência científica GLOSS (Gamma-ray Laue Optics and Solid State detectors) foi lançada para a Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo de um foguetão Falcon 9 da SpaceX, a partir de Cabo Canaveral, EUA. Este projeto é liderado por Rui Curado Silva, investigador do LIP e docente da Universidade de Coimbra, em colaboração com Jorge Maia, da Universidade da Beira Interior. O lançamento, designado “Dragon CRS-2 SpX-31,” marca um passo importante para a investigação portuguesa no espaço.
A experiência GLOSS visa estudar a resistência de sensores de telureto de cádmio e zinco (CZT) para futuros telescópios de raios gama. Estes sensores, críticos para observações de astrofísica de altas energias, vão permanecer durante um ano na plataforma Bartolomeo, no exterior da ISS, expostos a condições extremas de radiação espacial e variações térmicas severas, que vão de -150°C no lado noturno da Terra até 120°C no lado solar. Esta exposição vai permitir avaliar a degradação dos sensores ao longo do tempo, algo essencial para melhorar a durabilidade e precisão dos instrumentos utilizados na exploração do espaço profundo.
Após um ano de exposição, os sensores serão devolvidos a Portugal para testes rigorosos, onde será analisada a sua integridade e eficiência em comparação com o estado inicial. Este estudo poderá contribuir para a próxima geração de telescópios espaciais, melhorando a observação de fenómenos cósmicos de alta energia, como ondas gravitacionais e explosões de raios gama, que são simultaneamente detetadas no espaço e em instalações terrestres.
A experiência GLOSS é financiada pelo programa PRODEX da Agência Espacial Europeia (ESA) e pela Agência Espacial Portuguesa, e conta com a colaboração de parceiros internacionais, incluindo o Observatório de Astrofísica e Ciências do Espaço de Bolonha, do Instituto Nacional de Astrofísica de Itália (INAF/OAS-Bologna), e do Instituto de Materiais para Eletrónica e Magnetismo do Conselho Nacional de Investigação de Parma (CNR/IMEM-Parma, Itália).