Participação do LIP em projetos europeus de Computação destacada no Ciência 2022
"A sessão ´Investigadores no Horizonte Europa´ decorreu no primeiro dia do Encontro Ciência 2022, e contou com a partilha de três testemunhos em áreas distintas – um deles do LIP"
Jorge Gomes, coordenador do Grupo de Computação do LIP, foi convidado a contar o seu percurso e experiência desde que concorreu, pela primeira vez, em projectos a nível europeu. A compor o painel, juntou-se Cecília Roque, docente na Universidade Nova de Lisboa, no departamento de Química e Vera Aldeias, geoarqueóloga e investigadora no Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano, da Universidade do Algarve. Ambas distinguidas com Starting Grants do Conselho Europeu de Investigação (ERC), desvendaram todos os desafios e dicas associadas a financiamentos europeus.
As duas investigadoras viram as suas primeiras propostas a bolsas ERC recusadas. Aliás, Vera Aldeias alcançou-a muito recentemente. O LIP conseguiu, de forma relativamente fácil, a sua primeira participação num projeto europeu, mas, em contrapartida, não recebeu qualquer financiamento. Falhar foi comum aos três, mas garantem que vai sendo mais simples, à medida que se ganha experiência e conhecimento. “O primeiro projeto é um salto no escuro, mas hoje é mais fácil, porque já sabemos os truques todos”, realçou o investigador.
“Éramos um grupo pequenino e sem a participação em projectos europeus não teria sido possível crescer tanto”, reconheceu, dando como exemplo a criação da Infraestrutura Nacional de Computação Distribuída (INCD), da qual é coordenador técnico.
O início do caminho de Jorge Gomes, e do LIP, recua a um tempo em que, no país, em matéria de computação, havia um mundo por desbravar. Teve um papel preponderante a participação nos desenvolvimentos feitos em computação distribuída (GRID). Em 2006, foi estabelecida uma parceria com Espanha da qual nasceu a IBERGRID. O papel de Gaspar Barreira (1940-2019) em todo este caminho não foi esquecido. Desde então, a participação em concursos de infraestruturas multiplicou-se e os inúmeros projectos que têm vindo a ser desenvolvidos servem de ponte de participação para outros. As apostas incluem hoje também a computação Cloud e a Supercomputação, áreas nas quais hoje estão envolvidos em vários projetos, como por exemplo o EuroCC, que se dedica a promover a computação de alto desempenho.
Para todos os presentes, que anotavam cuidadosamente as dicas das três histórias de sucesso na aquisição de bolsas e projetos europeus, ficam quatro conclusões transversais: não fazer ciência sozinhos, ter uma boa rede de contactos, escrever as propostas partilhando conhecimentos com outras pessoas e, acima de tudo, candidatar-se destemidamente. “Não tenham medo. Arrisquem. Pode não resultar logo, mas vai funcionar”, sublinhou Jorge Gomes.
Vídeo da sessão: https://www.youtube.com/watch?v=ggvNppytBsQ