O Observatório Pierre Auger prolonga atividades por mais dez anos
"O Observatório Pierre Auger renova compromisso até 2035, com Portugal entre os protagonistas desta colaboração internacional na exploração dos raios cósmicos de energia extrema."
O acordo internacional que rege o Observatório Pierre Auger foi renovado até 2035, numa cerimónia realizada no sábado, 16 de novembro, na cidade de Malargüe, Argentina. O evento contou com a presença do governador da província de Mendoza, autoridades locais da província e da cidade de Malargüe, bem como representantes das agências de financiamento dos países que integram esta colaboração internacional, incluindo a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Prof. Mário Pimenta assina o Acordo Internacional em representação da FCT
Nos últimos 20 anos, o Observatório Pierre Auger transformou a compreensão da Física dos Raios Cósmicos de energia extrema. Em operação desde 2004, é o maior observatório mundial deste tipo, cobrindo uma área de cerca de 3000 km². Este detetor é capaz de identificar partículas que atingem a Terra com energias excecionalmente elevadas, cerca de 10 milhões de vezes superiores às partículas produzidas nos feixes do acelerador Large Hadron Collider (LHC) do CERN. O projeto é conduzido por uma colaboração internacional que envolve mais de 400 cientistas de 17 países.
As novas descobertas têm trazido também novas questões e desafios. A simples recolha de mais dados não seria suficiente; era necessário melhorar os detetores com tecnologias avançadas para analisar os chuveiros atmosféricos com maior precisão e reduzir erros sistemáticos. Estas atualizações, integradas com sucesso nos últimos anos, permitirão a aplicação de técnicas inovadoras, como algoritmos avançados de aprendizagem automática. A nova fase, designada por AugerPrime, marca o início de uma era mais avançada de investigação.
Portugal, através do LIP, integra o Observatório Pierre Auger desde 2006, assumindo responsabilidades importantes em várias áreas: desenvolvimento, produção e instalação de detetores inovadores, sistemas de controlo e aquisição de dados; análise e interpretação de resultados, liderando a publicação de numerosos artigos científicos e apresentações em conferências internacionais; e atividades de educação, formação e divulgação científica, direcionadas principalmente a estudantes e professores do ensino secundário e superior.