Missão Gaia: uma revolução no mapeamento da Via Láctea com contributo português
"Com 11 anos de missão, Gaia transformou a astronomia e contou com o contributo de cientistas do LIP."
A missão Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), concluiu a sua fase de observação do céu, acumulando mais de três biliões de medições de cerca de dois mil milhões de estrelas e outros objetos celestes. Este feito está a revolucionar a compreensão da Via Láctea, desafiando conceitos básicos sobre a estrutura galáctica e apresentando o mapa mais preciso da nossa galáxia.
Portugal desempenha um papel importante nesta missão desde os seus primórdios. A decisão de aprovar o projeto contou com a contribuição de Teresa Lago, e a participação nacional tem sido liderada por André Moitinho, investigador do LIP. André coordena o desenvolvimento do Gaia Archive Visualisation Service (GAVS), ferramenta essencial para a visualização dos resultados da missão, e tem liderado esforços científicos que alcançaram reconhecimento mundial.
Os dados de Gaia estão a transformar o panorama da astronomia, revelando novas descobertas sobre estrelas, buracos negros e a história galáctica. Em 2026 e no final da década, estão previstos lançamentos de novos dados, garantindo que o legado de Gaia continuará a inspirar e revolucionar a ciência por muitos anos.
A 27 de março, o satélite será redirecionado para uma órbita de "reforma", encerrando oficialmente as operações científicas. Esta data simboliza não só o fim de uma era, mas também a celebração de um esforço científico sem precedentes, ao qual Portugal, e em particular o LIP, deixam a sua marca.