In memoriam
O LIP é uma instituição virada para o futuro, mas que não esquece a sua história. Nesta página, prestamos homenagem aos fundadores do LIP que já não estão entre nós. Sem eles, o LIP tal como o conhecemos não existiria! Lembramos também colegas e amigos que dedicaram anos da sua vida profissional e do seu entusiasmo à instituição e partiram demasiado cedo.
José Mariano Gago (1948-2015)
José Mariano Gago foi o grande impulsionador da adesão de Portugal ao CERN, que se concretizou a 1 de Janeiro de 1986, e da fundação do LIP poucos meses depois. O CERN foi a primeira organização científica internacional de que o País se tornou membro, tendo pois o LIP um lugar incontornável na internacionalização da ciência em Portugal. Como investigador deste laboratório, participou nas experiências NA38, NA50, NA51 e DELPHI. Foi presidente da direcção do LIP (cargo que ocupava aquando do seu falecimento), professor catedrático do IST e Ministro da Ciência e Tecnologia durante longos anos. O seu papel na construção do sistema científico nacional, no que diz respeito quer à formação quer à investigação, é amplamente reconhecido.
Gaspar Barreira (1940-2019)
Gaspar Barreira foi um dos fundadores do LIP, laboratório que dirigiu e aa qual dedicou grande parte da sua imensa energia durante mais de 30 anos. Foi Delegado de Portugal ao Conselho do CERN e ao Conselho do SESAME. Antes e depois do 25 de Abril de 1974 empenhou-se na construção de um país onde o conhecimento, a liberdade e a racionalidade fossem determinantes. Com a sua visão ímpar, impulsionou projectos de grande impacto na sociedade portuguesa que vão da física experimental de partículas às infraestruturas de computação e à formação avançada de engenheiros. O seu último grande projecto, a instalação em Portugal de um centro de tratamento e investigação para terapia oncológica com protões, está ainda a ser posto em prática.
Armando Policarpo (1935-2021)
Armando Policarpo teve uma carreira científica notável. No década de 1960, iniciou na Universidade de Coimbra um grupo de física de detectores de radiação que viria a ter forte repercussão internacional. Integrou durante dois anos o grupo de Georges Charpak, no CERN. O seu um contributo decisivo para o desenvolvimento de câmaras de fios de alta precisão foi reconhecido por Charpak no discurso que proferiu quando recebeu o Prémio Nobel da Física em1992. Aquando da criação do LIP, Armando Policarpo foi decisivo ao juntar a sua enorme credibilidade científica e académica ao projecto. O LIP nasceu, pois, com um caráter multipolar e nacional que foi sendo desenvolvido. Professor catedrático da Universidade de Coimbra, foi director do LIP até se retirar.
Peter Sonderegger (1935-2017)
Peter Sonderegger teve um papel determinante no desenvolvimento da física de partículas em Portugal, e esteve sempre presente na génese e consolidação do LIP. Na origem dessa ligação esteve a grande amizade com José Mariano Gago e a atitude de grande generosidade, de atenção e apoio a quem precisava, que marcou toda a vida pessoal e profissional de Peter Sonderegger. Áreas de colaboração muito próxima foram a participação em NA38, os projectos de I&D relacionados com o desenvolvimento de calorímetros de fibras ópticas, e o nascimento da física das astropartículas em Portugal.
Margarida Ribeirete Fraga (1958-2014)
Professora auxiliar do Departamento de Física da Universidade de Coimbra e investigadora do LIP desde a sua fundação. Defendeu a sua tese de doutoramento em 1994 sob a orientação do Prof. Armando Policarpo. Trabalhou em numerosos projetos de detectores gasosos e estudos de fluorescência em gases. A Margarida deu sempre enorme atenção aos problemas de colegas e alunos, e era reconhecida por todos como pessoa de profundo conhecimento e extremo rigor científico.
José Manuel Ascenso da Silva (1968-2017)
Colaborou com o LIP desde 1995, quando começou o seu estágio e depois mestrado em ATLAS. Ao longo dos anos, manteve-se sempre em contacto com o grupo e colaborou com entusiasmo em diversos projectos, da divulgação à electrónica para o upgrade de ATLAS. O Zé destacava-se sempre pelo seu grande entusiasmo e optimismo.